quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Por que usar a bola no Pilates?



O Pilates com a bola tem sido divulgado tão amplamente que poucos sabem que o criador do método, Joseph Pilates (1880 - 1967), não usava esse acessório nas suas aulas. O uso da bola passou a ser difundido na reabilitação por terapeutas da América do Norte que viram seu uso em 1960 na Suíça (daí o nome "bola suíça). Nessa época, as bolas eram vendidas apenas para fisioterapeutas, hospitais e clínicas. Sua aplicação em treinamento de elite e fitness em geral, incluindo o Pilates, são extremamente recentes embora muito bem divulgadas. 

Mas se o uso da bola não consta na criação do método, quais são os benefícios de adaptá-lo para o seu uso?

Por ser uma superfície instável requer equilíbrio corporal, o que faz com que músculos profundos entrem em ação para manter a postura. Essa musculatura profunda ativada é fundamental para a prevenção de dores e lesões.

Exercícios na bola também exigem mais concentração e percepção dos movimentos, melhorando o controle e ativação muscular, coordenação e consciência corporal. Isso é importante para que evitemos tensionar músculos desnecessários durante determinados movimentos, como a elevação do ombro ao digitar no computador (imagem 1), que tensiona o músculo trapézio (imagem 2).


  
Imagem 1
      
Imagem 2


Outro fator a ser levado em consideração são as questões emocionais impostas no uso da bola. Por ser algo que remete a nossa infância, velhas feridas podem ser trazidas a tona, sejam elas traumáticas ou apenas saudosas. E é por isso que algumas pessoas sentem-se tão desconfortáveis diante da bola. Entender essa ligação é fundamental para que o profissional identifique esses incômodos e realize um processo de adaptação.

Além disso, como os níveis de controle e concentração são elevados, não conseguir realizar determinados exercícios pode levar a um nível de frustração muito ruim. Por isso é importante propor movimentos mais simples sobre a bola para posteriormente avançar no nível e/ou intensidade.

Diante de todos esses benefícios, considero importante a adaptação do método Pilates para a bola, sendo de extrema valia utilizá-la em todas as aulas mesmo que por um tempo curto. Seu uso não deve ser subestimado diante da aparelhagem desenvolvida pelo criador do método. Mas cuidado: exercícios feitos sem orientações podem gerar compensações musculares (uso de músculos inapropriados para conter um movimento) que desencadeiam lesões. Procure sempre um profissional!

Referência: Pilates com a bola, Colleen Craig, 2ª edição (São Paulo: Phorte, 2005).

Imagens: internet.