segunda-feira, 21 de março de 2011

Quem pode ministrar aulas de Pilates?


Hoje falarei de um assunto que tem causado muita polêmica. Pelo menos é o que vejo nas páginas da internet, além da confusão entre clientes interessados em praticar o método. Afinal, quem pode ministrar aulas de Pilates?

Atualmente, a maioria dos cursos nacionais são apenas aos Educadores Físicos e Fisioterapeutas. Mas provavelmente ainda existam cursos para Bailarinos e outros profissionais da saúde. Porém independente disso, desde que o profissional tenha um certificado válido ele pode ser Intrutor de Pilates. Devemos apenas nos atentar com certificados estrangeiros não validados no Brasil, e isso vale para qualquer profissional.

Vale lembrar que a sucessora de Joseph Pilates foi bailarina, escolhida pelo próprio criador do método. Então precisamos aprender a respeitar os diversos profissionais ao invés de nos julgarmos melhores.

De qualquer forma, falarei quanto a fisioterapia, que é minha área de atuação. A maior briga que tenho visto são entre Educadores Físicos e Fisioterapeutas, que deveriam ser aliados e não inimigos. Mesmo porque quando uma pessoa recebe um atendimento interdisciplinar (diferentes profissionais interagindo entre si), ela passa a ter muito mais benefícios à saúde.

Toda a briga tem sido causada porque a Resolução CFEF nº 201, de 18 de março de 2010, diz que as evidências históricas e metodológicas definem Pilates como método e modalidade de ginástica, e usado da maneira original ou como modalidade de ginástica, atende aos propósitos da promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, enquadrando-se portanto no controle ético profissional regulamentado da Educação Física. Sendo assim, essa resolução define o Pilates como método privativo do Professor de Educação Física. 

Porém a Resolução CREFITO nº 28, de 29 de janeiro de 2009, define que o uso do método Pilates como técnica de cinesioterapia (terapia através do movimento) requer conhecimentos que fazem parte das diretrizes curriculares dos cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Sendo assim, a utilização clínica do método se enquadra no âmbito do controle ético e profissional dessas profissões. Portanto, a utilização do Pilates como tratamento cinesioterapêutico funcional, mesmo que preventivo, cabe as Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais.

Antes que alguém comente que a Resolução do CREFITO é mais antiga, devo deixar claro que a data de uma Resolução não a torna inválida.

Li também alguns comentário de profissionais dizendo que para fazer Pilates com Fisioterapeuta é preciso pedido médico, e outros dizendo que nós não podemos atuar na prevenção. Ressalto que como vocês podem ler na matéria que postei neste blog denominada "Fisioterapia", nossa profissão é independente e o paciente não precisa de pedido médico para nos procurar (embora por burocracias isso aconteça nos planos de saúde, no atendimento particular não é necessário), lembrando que o mesmo têm uma diferença imensa com diagnóstico médico, fundamental para focar o tratamento e/ou excluir doenças e lesões. Ainda nessa matéria fica explícito nossas funções regulamentadas por Lei, e dentro delas a prevenção faz  parte tanto quanto a reabilitação.

E para finalizar esclareço que cabe a cada um, dentro da sua profissão, aplicar com competência métodos ou técnicas, com conhecimentos específicos, para atingir os objetivos do cliente.

Educador Físico e Fisioterapeuta atuam com prevenção, Educador Físico com condicionamento físico, e Fisioterapeuta com reabilitação. Cabe ao cliente procurar um profissional que possui competência para focar em seus objetivos, e principalmente cabe ao profissional indicar outro quando o objetivo do cliente não abrange a sua atuação. Infelizmente nem sempre isso acontece, mas atuar com responsabilidade traz muito mais satisfação, seja profissional, pessoal ou financeira, do que atuar com egoísmo fazendo aquilo que não lhe competi.

Fonte: http://www.tributosdodf.com.br/index.php/content/view/10406.html

Fonte: http://semesp.org.br/portal/pdfs/juridico2009/resolucoes/04.03.09/28_29.01.09.pdf

Imagem: Internet.

domingo, 20 de março de 2011

Para seguir um tratamento, preocupe-se em como e não no por que fazê-lo

Li uma matéria no Portal de Educação Física e achei muito interessante, já que posso aplicar as informações ao Pilates ou até mesmo às sessões de Fisioterapia.

Essa matéria diz que embora a maioria das pessoas conheçam os benefícios do exercício físico, as taxas de sedentarismo e obesidade estão extremamente altas. Sendo assim, cientistas da Universidade de Missouri (EUA) resolveram estudar por que as pessoas não fazem o que sabem que deve ser feito.

Nesse estudo, foi constatado que adultos saudáveis aumentaram seus níveis de atividade física quando as intervenções foram focadas na mudança de comportamento. Já as abordagens cognitivas, que tentam alterar nosso conhecimento sobre algo (por exemplo nos instruir da importância e benefícios gerados pelo exercício), não produziram efeitos sobre o nível de atividades físicas praticadas.

Um dos autores da pesquisa afirma que o foco precisa deixar de ser aumentar o conhecimento sobre os benefícios dos exercícios físicos. Essa  abordagem tradicional de tentar mudar as convicções ou atitudes das pessoas sobre os exercícios mostrando o quanto eles são importantes não funciona porque não é motivadora. Ao invés disso, é muito mais eficaz discutir estratégias que mudem o comportamento. 

Mas quais são essas estratégias motivadoras?

Feedback, definição de objetivos, automonitoramento, prescrição de exercícios e estímulos ou sugestões fazem parte das estratégias de mudança de comportamento.

Feedback significa "retorno". Exemplo: Dou um comando para você pegar o copo que está na mesa. Se você pegar a caneta, eu direi que está errado porque pedi o copo. Isso é um feedback negativo. Se você pegar o copo, eu irei elogiar dizendo que está correto. Isso é um feedback positivo. Portanto, dar um feedback de como você está alcançando seus objetivos, ou quanto a melhora na postura, alivio da dor, é extremamente motivador. E o feedback não precisa ser apenas verbal. Pode ser na forma de uma avaliação escrita, fotos, entre outras maneiras.

Automonitoramento é um método em que o indivíduo registra e acompanha a sua atividade ao longo do tempo. Esse método parece aumentar muito a conscientização, além de proporcionar motivação suficiente para o engajamento nas atividades físicas regulares. 

Com tudo isso, um dos autores da pesquisa sugere que os profissionais da saúde questionem seus pacientes sobre hábitos de atividades e ajudem-os a estabelecer metas específicas e fáceis de administrar. As dicas propostas são tentar estratégias diferentes constantemente como controlar o progresso, agendar os exercícios para aumentar o comprometimento, colocar pedômetros nas roupas (instrumentos que medem distância e velocidade percorridos); além de discutir recompensas para a realização de metas.

Ao meu ver, essas informações obtidas nessa pesquisa podem e devem ser aplicadas a todos os profissionais da saúde, independente do tipo de tratamento que o paciente realiza. Vemos muitas pessoas iniciarem um tratamento de fisioterapia por exemplo e desistirem após alguns meses. E todo o esforço do profissional em explicar o quanto as sessões são importantes é em vão. Porém se nos preocuparmos em mostrar a melhora, que por vezes é sutil e por isso passa desapercebida, teremos muito mais pessoas cuidando da própria saúde. Fica essa dica!


Imagem: internet

quinta-feira, 17 de março de 2011

Fisioterapia na Saúde da Mulher


A fisioterapia voltada à saúde da mulher atua na prevenção ou reabilitação em diversas áreas como ginecologia (dor pélvica crônica, disfunções sexuais, endometriose etc), uroginecologia (incontinência urinária e fecal), oncologia (mamária e ginecológica), obstetrícia (gestação, parto e pós-parto), climatério e menopausa. 

Foto: internet

segunda-feira, 14 de março de 2011

Postura no dia-a-dia

Adotar posturas básicas nas atividades diárias e profissionais faz total diferença na prevenção de disfunções na coluna ou manutenção de um quadro sem dor após tratamento. Isso sem contar os benefícios para outras articulações, muitas vezes acometidas por osteoartrite (conhecida como artrose), tendinite, bursite.



Na imagem acima, bursa inflamada - bursite - na primeira foto. Na segunda, bursa normal.

Inflamação no tendão do calcâneo – tendinite

A postura correta nada mais é do que manter o corpo alinhado para obter mais eficácia nas aquisições fisiológicas e biomecânicas, minimizando estresses e sobrecargas impostas ao nosso corpo. Para simplificar, imagine o ato de respirar como uma aquisição fisiológica, em que preciso da expansão da caixa torácica (costelas) de forma adequada. Uma postura ruim interfere nesse processo, diminuindo essa expansão por exemplo.
Note como as costelas precisam se mover para inspirarmos e expirarmos. Esse movimento é denominado expansibilidade torácica.
Essa imagem mostra uma escoliose, que é a rotação junto com a inclinação das vértebras. Isso acontece devido a diversas causas (como distrofias neuromusculares), mas pode ser ocasionado pela má postura durante a fase de crescimento, e é irreversível. Porém a fisioterapia pode atenuar essa curvatura e aliviar as dores através de exercícios específicos. 
Nessa imagem, a coluna está inclinada a esquerda, comprimindo órgãos e músculos e diminuindo a capacidade das costelas se expandirem durante a inspiração.


Do ponto de vista biomecânico (mecânica do corpo), podemos citar como exemplo o quanto uma postura inadequada prejudica as articulações, interferindo nos movimentos e levando até mesmo a lesões.

Note a diferença entre as posturas inadequadas, que levam a alterações no nosso corpo, e a postura correta (última foto).
As setas em vermelho simbolizam para onde estamos forçando as articulações do nosso corpo.

Para adotar as seguintes posturas diariamente, é necessário constante foco e atenção até a adaptação do corpo. Com o tempo você irá perceber que não precisa mais se auto corrigir com tanta freqüência. E lembre-se: você não precisa de esforços físicos para manter o corpo em uma posição correta. Não é normal sentir dor para manter-se em um bom posicionamento.


Agora, vamos à prática:
  • A ESCOLHA DO COLCHÃO
  • A ESCOLHA DO TRAVESSEIRO

  • POSTURA PARA DORMIR

            
Para quem dorme de barriga para cima, usar travesseiros embaixo dos joelhos. Ao dormir de lado, use um travesseiro entre as pernas dobradas. Não durma de lado com as pernas estendidas. Dormir de bruços é muito ruim. Mas para quem não consegue uma opção é não usar travesseiro na cabeça e sim embaixo da barriga – isso diminui a nossa curvatura lombar que fica prejudicialmente aumentada nessa posição.
  • POSTURA PARA DEITAR E LEVANTAR DA CAMA
  

Para deitar-se e levantar-se da cama, vire sempre de lado, apóie os braços e enquanto coloca as pernas para fora vá subindo o tronco até ficar sentado. E nunca levante de maneira brusca.
  • POSTURA PARA VESTIR-SE E CALÇAR-SE
  • POSTURA AO SENTAR


            
Você pode fazer um rolinho de toalha, ou usar uma almofada no formato de rolo, para apoiar a região lombar. Cuidado para não deixar a sua coluna em uma posição muito para frente.
  • POSTURA PARA ALGUNS PROFISSIONAIS

  • POSTURA DIANTE DO COMPUTADOR


     
Nessas imagens, uma complementa a outra quanto à postura adequada na frente do computador.
Lembre-se que podemos improvisar o descanso para os pés com uma caixa de sapatos. Mas cuidado para não deixar suas pernas em uma posição inadequada, já que pés muito acima do chão elevam os joelhos também.

Durante a leitura, também devemos manter essa postura. O livro, jornal ou revista devem ser segurados na altura dos olhos. Quando formos ler um livro muito pesado, ou escrever, devemos mantê-los semi verticalizados. Uma dica é adaptar um apoio para livros com uma prancheta de madeira: retire a parte que prende o papel, e com a prancheta na horizontal cole com cola de madeira uma ripa na parte de trás, como se fosse um porta retrato. Mas não deize a prancheta muito elevada. Deve ficar algo em torno de 10 cm da prancheta à mesa, dependendo da sua altura. Ajuste para uma posição que durante a leitura ou escrita a sua cabeça não precise ficar flexionada, para frente. Com uma ripa firme, ou mais de uma (grussura de aproximadamente 6 cm), essa adaptação aguenta livros grandes e pesados.
  • POSTURA AO TELEFONE


Segure o telefone corretamente, e evite apoiá-lo nos ombros.
  • POSTURA AO APANHAR E CARREGAR OBJETOS


Ao pegarmos um objeto acima do nível dos olhos, devemos subir em um banco ESTÁVEL ou uma escada. Sendo assim, evite colocar objetos de uso diário em armários altos.



Lembre-se de carregar o peso junto ao corpo.
Bolsas devem ser trocadas de lado constantemente. Mochilas sempre carregadas da maneira correta.
  • POSTURA NO DIA-A-DIA EM PÉ


Sempre que formos fazer uma atividade por muito tempo em pé, devemos deixar uma perna na frente da outra, já que isso aumenta a nossa base de apoio e diminui o impacto sobre a coluna. Quando possível (isso dependerá da atividade), apoiar o membro que está na frente sobre um algo da altura de uma caixa de sapato. Manter a postura ereta é fundamental. Ao varrer a casa, por exemplo, devemos dobrar os joelhos e não a coluna.
  • POSTURA AO ANDAR
  • POSTURA AO SUBIR E DESCER ESCADAS
  • POSTURA NO ÔNIBUS, METRÔ OU TREM
  • POSTURA NO BALCÃO

LEMBRE-SE: embora essas posturas sejam fundamentais para evitarmos algias (dores) e maiores complicações articulares, é preciso a prática de exercícios específicos com o acompanhamento de um profissional qualificado. Porque para mantermos essas posturas precisamos de força, flexibilidade e da constante ativação de músculos específicos da região abdominal. Portanto, corrija-se agora mesmo quanto a postura e procure um profissional que realizará uma avaliação postural e um programa de tratamento qualificado.

CURIOSIDADE: a carga sobre a coluna é muito maior na posição sentada do que em pé. Temos a impressão de aliviar nossas dores ao sentar porque a falta de força em músculos das pernas e da coluna faz com cansemos na posição em pé. Ao sentarmos aliviamos essa fadiga (cansaço) porque descansamos as pernas e encostamos a coluna. Mas como a carga que incide principalmente na região lombar é maior, precisamos de atenção redobrada na postura ao sentar.

A explicação para essa carga maior é que a ação da gravidade fica comprimindo a coluna contra a cadeira, e o apoio dos glúteos (bumbum) não é tão grande para suportar essa carga. Isso nos faz mudar de posição constantemente, muitas vezes para posturas largadas que ao nosso ver estão "relaxando" o corpo.

Já em pé a carga sobre a lombar diminui porque a gravidade comprime todo o corpo (e não só a cabeça e coluna) no chão. Ao deixar os pés juntos essa carga aumenta porque o apoio é menor. Ao manter um pé na frente do outro, e/ou sobre uma caixa, eu aumento mais ainda a base de apoio e consequentemente diminuo a carga sobre a coluna.


Imagens: internet.